14 novembro 2011

Atacama/Caracoles VIII

Enfim, um relato detalhado do grupo!
Recebi este e-mail na madrugada de domingo para segunda-feira, mas vocês perceberão que ele não está finalizado.

No e-mail o Romildo (meu pai) alegou estar bastante cansado e atrapalhado com o computador. Mas o desfecho da história que ele relata nós conhecemos, após a viagem para São Paulo (e muitas horas nos aeroportos) ele conseguiu consertar as bombas de gasolina e retornar para Salta/AR. Após dar sequência a viagem ele e Ari se reintegraram ao grupo.

Respondendo ao comentário feito pelo PocaPoca, meu pai informou que o grupo estará em Gramado no dia 28/11 e em Aparecida no dia 01/12!

Sem mais, vamos ao relato:

"Já estamos todos reunidos em San Pedro de Atacama.

Eu e Ary chegamos ontem, a viagem transcorreu bem, com alguns atrasos em função das muitas paradas para tirar fotografia, pois o lugar é realmente lindo, transcendental. As motos estão funcionando bem depois da reparação feita em São Paulo.

Vamos aos assuntos:
1. Reencontro dos pilotos e retomada da viagem
O grupo já está aqui a 4 dias e não aguenta mais, pois no lugar não tem nada para fazer a não ser estes passeios que uns são agradáveis, outros não.

Eles fizeram isto (ficar no mesmo lugar) para atender ao José Carlos que passou mal (mal das alturas) e depois me aguardar junto com o Ari e reunir o grupo.

Também estão entediados porque a viagem não rende. Foi a parada do Ramon em Foz, depois as duas motos quebradas, depois 5 dias dando atenção ao José Carlos até que o embarcaram de volta.

Neste contexto, quando cheguei, não me deixavam nem raciocinar querendo que eu fizesse todos os passeios no mesmo dia para sair logo. Mas, no final, ajustamos que no 1º dia eu faça o passeio da tarde e pela manhã os ajustes necessários. No 2º dia fazemos o gêiser e na volta (ou seja amanhã) retomamos viagem.

Assim ficou tudo acertado.

2. Caso do José Carlos
A situação de saúde dele foi muito grave. Não sabemos, nem podemos relatar a situação anterior de saúde dele, mas uma mancha, tipo pneumonia – não sabemos se é isto – foi agravada pela altura.

O médico de Calama disse que ele é uma pessoa que não pode, nunca, subir em alturas que provocam este mal. Ele delirava o tempo todo. Foi um sufoco para o grupo cuidar dele por causa dos delírios.

Tiveram que dormir na estrada, e o que ajudou foi a presença do médico Rosemberg e do médico (não me lembro o nome), da equipe de Saquarema/RJ que o assistiram como companheiros de viagem.

O médico que o assistiu em Calama deu uma declaração – cujo termo correto não sabemos – que transfere para a companhia aérea a responsabilidade de cuidar dele, dando-lhe preferências especiais em todo o tramite aéreo. Ontem a esposa dele ligou informando que ele já tinha chegado em casa.

A moto dele ficou guardada num estacionamento em Calama para resolver depois. Estamos verificando uma transportadora, mas não estamos conseguindo. Começa a me ocorrer uma ideia de ver um motociclista de confiança que possa vir a Calama e voltar com ela rodando. Por enquanto é só ideia para ajudar ao José Carlos. No final a decisão é dele.

3. Caso das bombas de gasolina
A moto do Ary já vinha apresentando algumas falhas, mas quando passamos pelo Chaco, província Argentina que grande parte dela é uma depressão abaixo do nível do mar, onde está a rodovia, e é muito quente porque a ventilação, em tese, passa por cima da depressão.

Pois bem, andamos a uma temperatura de 42º, conforme o medidor de temperatura na moto do Binda. Acreditamos que isto tenha provocado as motos do Ary e a minha (lembra que estou viajando com a bomba de gasolina do Rosa/MC Primatas), que já estão aí na faixa dos 25.000 Km que é quando começa a apresentar o problema “congênito” das bombas.

Quando chegamos a Salta, a moto do Ary pifou de vez. Eu seria a pessoa mais indicada para ficar com ele pois havia passado pelo mesmo problema com a minha bomba (a minha mesmo).

Quando eu fiz um retorno numa rotula, a minha moto deu um soluço. Então pensei “hhuuummmm, já conheço isto”. E não deu outra. Daí para frente, todos os procedimentos do Ary eu fazia também.

Suspeitávamos que uma gasolina de posto pirata que fizemos na estrada tivesse sido a causa; retiramos a gasolina e colocamos uma da YPF, a Petrobras da Argentina. As motos ficaram boas e retomamos a viagem.

Não andamos 30 Km e a moto do Ary voltou a apresentar problema. Decidimos, então voltar para a cidade. Só que a moto dele não andou mais, parou de vez. Estávamos na rodovia, ainda bem fora da cidade de Salta. Então prossegui para buscar recurso.

No caminho, a minha também passou a apresentar problemas e a duras penas consegui chegar na concessionária. Andando com a moto falhando procurava a concessionária onde estava o Heron, que havia ficado para trás do grupo para fazer a revisão de 6.000 da moto dele, caso contrário perderia a garantia da Honda.

Consegui localizar a concessionaria onde estava a moto dele, mas ele estava andando na rua aguardando a conclusão do serviço. Pedi que o segurassem alí até que eu voltasse. Arranjamos uma camionete e fomos buscar o Ary.

Na volta encontramos o Heron, já pronto para retomar viagem, que levou mensagem ao grupo que eu também estava quebrado. Bem, durante o trajeto do socorro ao Ary, já conhecedor do problema e sabedor que não haveria solução para ele, imaginei retirar a bomba de gasolina, ir a São Paulo reparar (na mesma oficina que reparou a minha), voltar e prosseguir viagem.

No meu raciocínio, apesar de dispendioso, isto me resolveria e continuaria a viagem. Do contrário, teria uma despesa enorme para despachar a moto de volta e ainda consertar a peça.

Indaguei na concessionária se tinha como reparar a bomba. Não tinha. Então, expus a ideia ao Ary que, de pronto levou um baita susto: ir a São Paulo? Você está doido.

*Não posso continuar o relato. Mais tarde farei isto (infelizmente não sei quando)"

E com este mistério ficamos no aguardo das cenas dos próximos capítulos!


Postado por: Lorena Storani

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